Negociações com boi gordo ganham ritmo, mas preços seguem estáveis, a arroba permanece negociada entre R$ 320 e R$ 325 na praça paulista

As comercializações de boi gordo estão ligeiramente mais movimentadas nesta semana, embora os preços sigam praticamente estáveis. A informação é do boletim divulgado nesta sexta-feira (21/11/2025) pelo Cepea-Esalq/USP, que aponta um cenário de maior interesse das indústrias, mas sem avanços expressivos nos valores pagos ao pecuarista.

De acordo com o Centro de Estudos, houve um leve incremento na oferta de animais em algumas regiões, o que possibilitou que frigoríficos alongassem suas escalas de abate. Em diversas praças, essas escalas variaram entre 7 e 17 dias, indicando maior conforto na programação.

Na média parcial de novembro, o crescimento nas cotações tem sido tímido. Em Sorriso (MT), Rondonópolis (MT), Rio Grande do Sul, Tocantins, Colíder (MT), Bauru (SP) e São José do Rio Preto (SP), a arroba acumulou valorização de cerca de 1%.
Em outras regiões, como Noroeste do Paraná, Triângulo Mineiro, Norte de Minas e Oeste da Bahia, as altas foram um pouco mais expressivas, entre 2% e 3%. Já no Norte de Goiás, Rio Verde (GO) e Goiânia, os preços subiram em torno de 4%.

No sentido oposto, Mato Grosso do Sul e Rondônia registraram quedas próximas de 2%. No principal polo de referência, o estado de São Paulo, os negócios têm sido firmados majoritariamente no intervalo de R$ 320 a R$ 325 por arroba.


Mercado de suínos

O Cepea também destacou mudanças importantes no setor suinícola. A relação de troca entre o suíno vivo e o farelo de soja atingiu, em setembro, o melhor patamar para o produtor paulista em duas décadas.
No entanto, esse cenário começou a se alterar a partir de outubro, quando o derivado de soja passou a apresentar pequenas elevações nos preços, reduzindo o poder de compra do suinocultor.

Agora, em novembro, a situação se deteriorou ainda mais: a relação de troca tornou-se a menos favorável do segundo semestre.

Segundo cálculos do Cepea, um quilo de suíno vivo vendido na região de Campinas (SP) permite ao produtor adquirir cerca de 5,13 quilos de farelo de soja — volume inferior aos 5,37 quilos observados em outubro e aos 5,57 quilos registrados em setembro.

“É o menor poder de compra desde junho deste ano, quando o produtor conseguia comprar 5,02 quilos de farelo”, destaca o levantamento.